Branca de Neve e o Caçador - Lily Blake
BLAKE, Lily e outros. Branca de Neve e o Caçador. Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito, 2012. 208 p. Título original: Snow White and the Huntsman.
"Quem você será quando for confrontado com o fim?
O fim de um reino.
O fim dos bons homens.
Você correrá?
Você se esconderá?
Ou perseguirá o mal com um orgulho venenoso?
Porque a morte é uma boca faminta.
E você é a maçã."
Em algum reino distante em um tempo remoto, o rei Magnus se prepara para a batalha contra um misterioso exército sombrio. Ele ainda chora a perda da rainha, sua esposa, mas é seu dever proteger o reino. A batalha é vencida de maneira incrivelmente fácil, já que os soldados inimigos se quebram como vidro ao toque das espadas. Porém, ao fim da luta, em uma carroça prisão, ele encontra a jovem mais bela que já viu: Ravenna. E ele acreditou que sua alegria voltaria.
O rei levou Ravenna para o castelo e se casou, acreditando que ela seria uma boa rainha e uma boa mãe para sua filha Branca de Neve, mas ele estava enganado. Ela o mata na noite da núpcias e toma seu reino, fazendo a jovem princesa sua prisioneira. Ravenna na verdade é um bruxa poderosa, filha de ciganos. Na noite que sua vila foi atacada, sua mãe fez um feitiço para que ela se mantivesse sempre bela e jovem, mas para isso, ela deveria consumir a beleza de outras jovens.
"- Saiba - gritou - que pelo mais belo sangue isso foi feito e somente pelo mais belo sangue pode ser desfeito." (p. 16)
Dez anos se passam e a rainha espalhou o terror pelo reino, governando de maneira despótica. Poucos são os que se levantam contra ela. Mas numa manhã, o espelho mágico a alerta que há outra no reino mais bela do que ela: Branca de Neve, e que se quiser manter seu poder, ela deverá ter o coração da princesa.
"- Entretanto, ela também é o seu tesouro, minha rainha. Foi sábio tê-la mantido por perto, pois a inocência e a pureza que podem destruir também podem curar. Tenha o coração dela em suas mãos e você nunca mais precisará consumir juventude. Você nunca mais enfraquecerá ou envelhecerá. Imortalidade sem preço..." (p. 45)
Mas Branca de Neve consegue fugir das masmorras do castelo e se esconde na Floresta Sombria, onde os poderes da rainha não tem efeito. Ela então contrata Eric, um caçador cheio de mágoas para adentrar a floresta e resgatar a princesa. Porém, nem tudo sai como ela havia planejado. Eric se apieda da garota e vai ajudá-la a tentar resgatar seu reino.
* * *
Não sei se já falei isso aqui, mas Branca de Neve sempre foi meu conto de fadas favorito. Quando criança eu assisti ao filme da Disney tantas vezes que sabia todas as canções de cor; algumas acho que ainda sei... Então, quando eu soube que haveria essa adaptação do clássico, eu fiquei muito empolgada. Imaginem um Branca de Neve guerreira, que enfrenta a rainha má e luta por si mesma. Achei o máximo! Aí fui ver o filme e amei! Tem os seus defeitos e algumas coisas me incomodaram (como os dentes tortos e orelhas de abano da Kristen Stewart) mas acho que ele cumpriu seu propósito.
Mas o livro... para mim foi uma decepção total! Não sei se por ter visto o filme antes, o que estragou a surpresa ou por ter criado expectativas demais, eu não consegui me envolver com o livro. Achei que ele é visual demais e sentimental de menos, conseguem entender?
É claro que eu sei que se trata de um roteiro que depois se transformou em livro, mas acredito que faltou um pouco de cuidado na escrita. Tudo é muito rápido e sem profundidade. Não há explicações sobre os personagens e seus sentimentos, não há descrições de cenários, nada.
O livro terminou e eu fiquei sem saber... sem saber se Branca de Neve se apaixonou pelo caçador, se ela sentiu alguma coisa por Willian, como ela conseguiu se transformar em uma guerreira em tão pouco tempo, nada!
E olhem que a história tem potencial. Ravenna e Eric são personagens incríveis, que poderiam render muito se fossem bem trabalhados, mas não é isso o que acontece. Eles se perdem no meio da correria descritiva e sem emoção que é o livro.
Querem um exemplo? Leiam só esse trecho:
"O martelar da pulsação do rapaz tomava conta dos ouvidos dele, até que seu coração estourou. Ele caiu no chão morto. O pai se ajoelhou sobre ele, batendo em seu peito para tentar reanimá-lo." (p. 38)
Tipo assim, o coração do garoto explodiu! E é dessa maneira que a autora descreve? Sem nenhum sinal de agonia, sofrimento, nada??? Como se fosse a coisa mais natural do mundo o coração de alguém explodir, como se estivesse falando do tempo. Parece que faltou a autora perceber que ela não está escrevendo um roteiro, ela não está correndo contra o tempo com suas páginas contadas, ela pode ser mais detalhista e ter um pouco mais de respeito pelo coração alheio.
O livro tem algum ponto positivo? Claro! A diagramação maravilhosa que a Novo Conceito fez. O trabalho foi primoroso, principalmente na capa e nas ilustrações que separam os capítulos. Mais uma vez, a editora arrasou.
A ideia inicial também é muito boa, muito feminista, pena que não foi bem explorada. É um livro que tinha tudo para dar certo e ser um verdadeiro sucesso, mas não passa de um roteiro, não é literatura.
Bom, é isso. Vale lembrar que essa é apenas a minha modesta opinião. Não desencorajo ninguém a ler, afinal as opiniões são sempre tão diferentes, alguém pode até gostar. Então, peeps, na dúvida, leiam e tirem suas próprias conclusões.
B-jusssss! ♥
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