Uma Proposta e Nada Mais - Mary Balogh


BALOGH, Mary. Uma Proposta e Nada Mais. Tradução Lívia Almeida. São Paulo: Editora Arqueiro, 2018. 272 páginas. (Clube dos Sobreviventes, v.1). Título original: The proposal. Skoob. Comprar.

Sinopse

Após ter tido sua cota de sofrimentos na vida, a jovem viúva Gwendoline, lady Muir, estava mais que satisfeita com sua rotina tranquila, e sempre resistiu a se casar novamente. Agora, porém, passou a se sentir solitária e inquieta, e considera a ideia de arranjar um marido calmo, refinado e que não espere muito dela.
Ao conhecer Hugo Emes, o lorde Trentham, logo vê que ele não é nada disso. Grosseirão e carrancudo, Hugo é um cavalheiro apenas no nome: ganhou seu título em reconhecimento a feitos na guerra. Após a morte do pai, um rico negociante, ele se vê responsável pelo bem-estar da madrasta e da meia-irmã, e decide arranjar uma esposa para tornar essa nova fase menos penosa.
Hugo a princípio não quer cortejar Gwen, pois a julga uma típica aristocrata mimada. Mas logo se torna incapaz de resistir a seu jeito inocente e sincero, sua risada contagiante, seu rosto adorável. Ela, por sua vez, começa a experimentar com ele sensações que jamais imaginava sentir novamente. E a cada beijo e cada carícia, Hugo a conquista mais – com seu desejo, seu amor e a promessa de fazê-la feliz para sempre.

Oi gente! Sei que andei falando que estava saturada de Romance de Época, que estava achando todos iguais e sem paciência para eles, mas eu não resisto à Mary Balogh! Sério, acho que os livros dela são os melhores do estilo e os Bedwyns estarão para sempre em lugar de destaque na minha estante. Por isso, não pensei duas vezes antes de me lançar na nova série dela: O Clube dos Sobreviventes; e ainda bem que fiz isso, pois qualquer resquício de ressaca de Romance de Época que estivesse comigo desapareceu com esse livro.

O Clube dos Sobreviventes é formado por um grupo de pessoas que sobreviveram às Guerras Napoleônicas e juntos curaram suas feridas. George Crabbe, o duque de Stanbrook, perdeu seu filho nos primeiros anos de batalha e por isso decidiu receber cinco ex-oficiais militares feridos em combate em sua casa de campo, a Penderris Hall. Lá esses homens puderam receber o tratamento adequado, repousar se restabelecer de maneira adequada. O sétimo integrante do clube era a viúva de um oficial capturado pelo inimigo e que morrera sob tortura, sendo o duque um primo distante dela, ele também a acolheu. A situação fez com que os sete ficassem ligados por um forte laço de amizade e a cada ano eles se reúnem novamente em Penderris Hall para conversar, matar as saudades e celebrar a vida.

- Sofremos neste lugar - explicou ele. - Nós nos curamos neste lugar. Desnudamos nossas almas uns para os outros. Deixar esta casa foi uma das coisas mais difíceis que fizemos. Mas era necessário para que nossas vidas voltassem a ter sentido. Uma vez por ano, porém, voltamos para recuperar nossa integridade ou para nos fortalecermos com a ilusão de que estamos inteiros.

Hugo Emes, o Lorde de Trentham, é um dos sobreviventes e este ano ele tem um missão especial para seus amigos. Com a recente morte do pai, Hugo se viu responsável pela madrasta e pela jovem irmã, que já se encontra em idade para frequentar a sociedade e encontrar um bom marido. Mas ele não vê como conseguirá fazer isso sozinho, já que não costuma frequentar os bailes e eventos sociais. Seu título foi dado a ele como recompensa por seu heroísmo na batalha e ele não se sente confortável entre nobres (com exceção dos seus amigos do clube). A única saída para ele seria se casar como uma dama que pudesse introduzir sua irmã na sociedade.

Gwendoline Grayson, lady Muir, é viúva e está muito feliz assim. Ela se acostumou com sua rotina tranquila e com o convívio de sua família, no entanto, visitando uma amiga ela começa a sentir uma solidão que nunca sentiu antes e de repente a ideia de ter uma companhia parece muito atraente. Numa manhã, enquanto caminhava pela praia para espairecer, Gwen cai, machuca o tornozelo e é salva por Hugo. Impossibilitada de por o pé no chão e distante de casa, ela se vê obrigada a aceitar a hospedagem em Penderris Hall.

O problema foi que aquelas palavras ultrajantes provocaram uma onda de desejo em todas as partes de seu corpo, a ponto de deixá-la sem fôlego. E, apesar do tamanho, do cabelo aparado, do semblante amargo e feroz e da falta de boas maneiras, ela sentia uma atração avassaladora por ele.

O restante do enredo é bem fácil prever: duas pessoas que buscam o amor e o encontram na pessoa mais inesperada.  Hugo e Gwen são totalmente opostos e representam tudo o que eles abominam em alguém para se casar. Gwen é alegre e livre, a última pessoa que ela quer ao seu lado é um ex militar mal humorado e grosseiro. Hugo é um homem prático e sisudo e jamais se imaginaria ao lado de uma nobre mimada e cheia de manias como ele pensa que Gwen é. Mas aos poucos, enquanto convivem, eles percebem que são muito mais do que demonstram e que talvez o amor entre eles não seja tão impossível.

Mais uma vez Mary Balogh conseguiu me surpreender com um livro incrível. Por mais que a gente acredite que esse enredo está batido, ela sabe como conduzir a história e nos prender em cada cena. A gente sabe que Hugo e Gwen vão se apaixonar e que eles são perfeitos um para o outro, mas ela vai construindo a relação deles por meio de detalhes, gestos, frases… de forma que eles mesmos se convençam de que estão apaixonados. O amor não acontece como um espirro, e sim como resultado de uma série de escolhas dos personagens.

Todos nós precisamos ser amados, Gwendoline, de uma forma plena e incondicional. Mesmo quando carregamos o fardo da culpa e acreditamos não merecer amor. A verdade é que ninguém merece. Não sou religioso, mas acredito que é disso que tratam as religiões. Ninguém merece, mas ao mesmo tempo, todos nós somos dignos de amor.

Os personagens são muito bem construídos e ambos tem seus traumas trabalhados e justificados. Não é como vemos nas maiorias dos romances em que os personagens tem aqueles traumas tão mequetrefes que nem dá para levar a sério. Hugo e Gwen são realmente pessoas marcadas pelo sofrimento e isso fica muito claro no enredo. A maneira de Mary Balogh contar o que aconteceu nos coloca no lugar deles e assim conseguimos entender porque eles relutam tanto para se render.

Enfim, esse não é só mais um Romance de Época, é um livro marcante e ao mesmo tempo delicado que com certeza vai agradar muito os leitores. Mary Balogh traça uma história inteligente e comovente de duas pessoas de diferentes classes sociais que encontram o amor e ainda nos presenteia com sua narrativa fluida e personagens marcantes. Eu já estou ansiosa para conhecer as histórias dos demais integrantes do Clube.

Série O Clube dos Sobreviventes
  1. Uma Proposta e Nada Mais
  2. Um Acordo e Nada Mais
  3. Uma Loucura e Nada Mais
  4. Only Enchanting
  5. Only a Promise
  6. Only a Kiss
  7. Only Beloved 


A Autora

Mary Balogh nasceu e foi criada no País de Gales. Ainda jovem, se mudou para o Canadá, onde planejava passar dois anos trabalhando como professora. Porém ela se apaixonou, casou e criou raízes definitivas do outro lado do Atlântico.

Sempre sonhou ser escritora e tinha certeza de que, no dia em que escrevesse um livro, ele seria ambientado na Inglaterra do Período da Regência. Quando sua filha mais nova tinha 6 anos, Mary finalmente encontrou tempo para se dedicar ao antigo sonho. Depois de três meses escrevendo na mesa da cozinha, a primeira versão de sua obra de estreia estava pronta. Publicada em 1985, deu a Mary o prêmio da Romantic Times de autora revelação na categoria Período da Regência. Em 1988, depois de vinte anos de magistério, ela passou a se dedicar apenas aos livros.

Hoje Mary Balogh é presença constante na lista de mais vendidos do The New York Times e vencedora de diversos prêmios literários.

Avaliação (5/5)




B-jusssss! ♥
;-p


9 comentários:

  1. Olá...
    Eu também AMO um bom romance de época e mesmo jurando pra mim mesma que já estou saturada, que irei dar uma pausa no gênero sempre que me esbarro em algum lançamento novo me jogo de corpo e alma... Sentiu a semelhança, né? Kkkk...
    Estou super ansiosa para realizar a leitura e fiquei bem contente em saber que a leitura é marcante e ao mesmo tempo delicada.
    Dica anotada ;)
    Bjo

    http://coisasdediane.blogspot.com.br/

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  2. Olá...
    Eu também AMO um bom romance de época e mesmo jurando pra mim mesma que já estou saturada, que irei dar uma pausa no gênero sempre que me esbarro em algum lançamento novo me jogo de corpo e alma... Sentiu a semelhança, né? Kkkk...
    Estou super ansiosa para realizar a leitura e fiquei bem contente em saber que a leitura é marcante e ao mesmo tempo delicada.
    Dica anotada ;)
    Bjo

    http://coisasdediane.blogspot.com.br/

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  3. Oi Janaína.


    Eu ainda não tive a oportunidade de ler o primeiro livro da Série O Clube dos Sobreviventes. Eu tenho muita vontade, mas não é uma leitura que tenha prioridade no momento. Mas gostei bastante das informações que deixou na resenha e vou deixar a dica anotada. Ótima resenha.

    Bjos
    https://historiasexistemparaseremcontadas.blogspot.com.br/

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  4. Olá Nina!
    Eu estou com esse livro para ler e não vejo a hora de conhecer esses personagens. Gostei de saber que mesmo a gente tendo uma ideia do enredo a desenvoltura da história é envolvente e cativante. Espero amar a história assim como vocês gostou.
    Adorei a sua resenha.
    Beijinhos!

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  5. Eu to super animada pra essa leitura porque só vejo comentarios positivos sobre essa obra. Concordo contigo, o enredo é batido mas esses personagens... Como nao amar? Sao super maduros, vividos e com traumas que realmente sao traumas e que moldam o que eles são. Já ta na minha lista de proximas leituras!

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  6. Nina adorei a resenha, foi a primeira que li desse livro. Também adoro a autora e a série Os Bedwyns também tem um cantinho especial na minha estante e coração. Adorei conhecer um pouco mais do enredo desse livro que inicia a nova série da Mary. Enfim foi massa conferir suas impressões e agora fiquei mais ansiosa ainda para ler mais esse romance de época.
    Parabéns pela leitura!!!

    Leituras, vida e paixões!!!

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  7. Oi Nina tudo bem? Adoro romances de época, roupas e comportamento em relação aos títulos é maravilhoso, Mary Balogh é uma autora sensacional, adoro o modo como escreve o enredo, esse livro dela ainda não li, mas fiquei curiosa. Parabéns pela resenha, obrigado pela dica, bjs!

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  8. Olá, eu amei a resenha romance de época é o meu gênero favorito e essa autora está na minha lista apesar de só ter lido dois livros da serie dela. Esse livro tá na minha lista de desejados

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  9. Oi!
    Não conhecia o autora nem a obra, mas fiquei curiosa por ler o livro, adoro este tipo de livros! Vou adicionar à minha lista de leituras. Obrigada pela dica!
    Beijinhos

    http://a-lilianaraquel.blogspot.com

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B-jussss! ♥
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