Bela Maldade - Rebecca James


"- Não. Nunca. Não me arrependo de nada. O arrependimento é para os incompetentes e os inseguros. Não sou nenhuma dessas coisas." (p. 110)

Katherine Patterson é uma adolescente de 17 anos que parece normal, apenas um pouco calada, tímida e dedicada demais aos estudos. O que ninguém sabe é que ela na verdade esconde um grande segredo, que ela já foi só Katie, e que uma grande tragédia destruiu sua vida. Após o assassinato de sua irmã, ela vai morar com a tia e terminar seus estudos longe de tudo e de todos que conheçam sua história. Tudo o que ela quer é continuar incógnita entre os estudantes.
Porém, Alice se aproxima dela e faz de tudo para que se tornem amigas. Ela é linda, extrovertida, popular e rapidamente conquista Katherine. Mas aos poucos, Alice vai mostrando seu lado cruel e psicótico e, mesmo sabendo que precisa se afastar, Katherine não sabe como.

Eu realmente me surpreendi muito com Bela Maldade. Achei que seria um livro que tratasse apenas de intrigas entre amigas, mas é muito mais. A trama envolve sentimentos profundos como a culpa, o medo, a confiança e amizade e é incrivelmente bem escrita e embasada. A história se passa em três tempos: o passado, onde ficamos sabendo o que se passou com a família de Katherine; o presente onde conhecemos o desfecho da história; e uma espécie de "presente intermediário" onde conhecemos as ligações entre Alice e Katherine. Pode parecer confuso, mas garanto a vocês que não é. Na verdade é esse um ponto que eu considerei super positivo no livro, porque na verdade, acabamos acompanhando três histórias diferentes, mas totalmente interligadas.

Como era de se esperar, Katherine demora um pouco para perceber o quanto Alice é perigosa. Tem momentos que dá vontade de sacudí-la, pois mesmo com tudo estando muito claro, ela continua dando ouvidos a Alice. Mas como culpá-la? Quem nunca se enganou com uma pessoa? Quem nunca acreditou na amizade de alguém para depois descobrir que não verdadeiro? Ainda mais naquele momento delicado que Katherine passava, pois mesmo se manifestar abertamente, fica claro que ela se culpa pela morte da irmã e espera que os pais a rejeitem por isso. Ou seja, ela realmente queria muito ter uma amiga, mesmo tentando se afastar de todos. Ela precisava de alguém ao seu lado que a apoiasse e entendesse seu drama pessoal. E Alice é cativante, só não precisava ser tão desequilibrada! Talvez por isso Katherine se esforce tanto para manter essa amizade.

"- Eu acho que, se você é um verdadeiro amigo, tem de aceitar as pessoas com são. As coisas divertidas e chatas. O que é bom e o que é ruim.
- Entendo o que quer dizer. - Philippa puxa a tampa do ralo para escoar a água - Mesmo assim não acho que devamos ser amigos de pessoas que trazem um monte de porcaria negativa para nossa vida. Eu não seria." (p. 126)

O livro discute várias questões que eu considero essenciais para a sociedade, como gravidez na adolescência e a violência. Mas o que mais me motivou essa leitura é que o livro se torna um verdadeiro exercício de empatia, de se por no lugar do outro. Você se pega analisando cada nuance da história e tentando imaginar o que fazia no lugar de cada personagem, como você reagiria? Você fugiria para salvar sua vida ou se arriscaria para tentar salvar sua irmã? Até onde você pode perdoar um amigo? Qual é importância de uma amizade na sua vida?

O final da história também uma show à parte. Quem for mais atento provavelmente vai perceber, mas eu só descobri enquanto lia e quase caí do sofá, kkkkk. 

Eu recomendo muito a leitura desse livro. É muito bem escrito, os personagens são ótimos e apaixonantes, e trama muito bem amarrada. Excelente!

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