Suzy e as Águas-vivas - Ali Benjamin


BENJAMIN, Ali. Suzy e as Águas-vivas. Tradução Cecília Camargo Bartalotti. Campinas, SP: Editora Verus, 2016. 223 p. Título original: The thing about jellyfish. Skoob.

Sinopse
“Suzy Swanson está quase certa do real motivo da morte de Franny Jackson. Todos dizem que não há como ter certeza, que algumas coisas simplesmente acontecem. Mas Suzy sabe que deve haver uma explicação — uma explicação científica — para que Franny tenha se afogado. Assombrada pela perda de sua ex-melhor amiga — e pelo momento final e terrível entre elas —, Suzy se refugia no mundo silencioso de sua imaginação. Convencida de que a morte de Franny foi causada pela ferroada de uma água-viva, ela cria um plano para provar a verdade, mesmo que isso signifique viajar ao outro lado do mundo... sozinha. Enquanto se prepara, Suzy descobre coisas surpreendentes sobre o universo — e encontra amor e esperança bem mais perto do que ela imaginava. Este romance dolorosamente sensível explora o momento crucial na vida de cada um de nós, quando percebemos pela primeira vez que nem todas as histórias têm final feliz... mas que novas aventuras estão esperando para florescer, às vezes bem à nossa frente.”

Que atire a primeira pedra quem nunca escolheu um livro pela capa! Eu não sou muito de fazer isso, em geral eu leio sinopse, resenhas em outros blogs, confiro a avaliação no Skoob e no Goodreads para ter certeza de que o livro que estou solicitando no meu estilo. Mas com Suzy e as Águas-vivas eu fui só pela pela capa mesmo (que é linda!), e acabei encontrando algo completamente diferente do que esperava. Comecei a ler achando que era um juvenil mais leve e encontrei um livro forte, extremamente sensível e que trata do luto, um dos temas mais difíceis da humanidade, com um cuidado emocionante!

Suzy tem doze anos e não fala uma única palavra há cinco meses. Não que ela não possa, ela é capaz de falar se quiser, o problema é que ela não quer. Há exatos cinco meses sua melhor amiga Franny morreu afogada e depois disso, Suzy não vê razões para gastar suas palavras aleatoriamente. O mais difícil para ela é que, quando Franny faleceu, elas já não eram mais melhores amigas e Suzy não consegue aceitar que suas últimas palavras para a amiga não foram boas. Além disso, ela sabia que Franny era uma excelente nadadora e que não se afogaria facilmente e por isso ela busca uma explicação razoável para o fato pois, com seu espírito de cientista, ela não pode aceitar que as simplesmente aconteçam sem uma razão. Ela precisa encontrar um vilão para a tragédia que não seja ela mesma, alguém que divida a enorme culpa que sente. É aí que entram as águas-vivas.

Em uma visita escolar ao Aquário, ela encontra o tanque das águas-vivas e é lá que descobre sobre a irukandji, uma água-viva transparente, mais ou menos do tamanha de uma unha, mas que possui um veneno que está entre os mais perigosos do mundo e que essa espécie rara está aparecendo com cada vez mais frequência no litoral dos Estados Unidos. Ela aprende que, no mundo todo, há 23 picadas de águas-vivas a cada cinco segundos e então tudo fica claro para ela: Franny foi picada por um irukandji e por isso se afogou, e ela precisa provar isso!

“É interessante como não-palavras podem ser melhores do que palavras. O silêncio pode dizer mais que o barulho, da mesma maneira que a ausência de uma pessoa pode ocupar ainda mais espaço do que a sua presença ocupava.”

Com uma narrativa muito sensível, o livro mostra as dificuldades de uma criança para lidar com o luto. Como não sabe o que fazer com tanta dor, Suzy fica obsessiva para saber o que aconteceu, e nessa procura ela acaba descobrindo novos amigos e se colocando em risco. É um livro profundo e que não tem nada de juvenil, apesar de poder ser lido sem problemas por essa faixa etária, mas seu enredo talvez afete muito mais aos adultos do que aos pequenos.

O livro tem capítulos bem curtos e é narrado pela Suzy, alternando-se entre o presente e as lembranças dela do passado vivido com Franny - nesses momentos ela se dirige à amiga e não ao leitor e isso deu um ar muito intimista à história. Aliás, o livro todo é muito íntimo porque acompanhamos cada devaneio, cada medo, sonho e esperança que Suzy tem e, Deus como eu sofri com a dor dessa menina! Tão novinha e com uma carga tão pesada para carregar! E ela é uma criança tão doce, tão especial, que é difícil não se apegar e não querer que ela consiga vencer seus traumas.

Repleto de metáforas fantásticas, esse romance forte e muito sensível que vai fazer refletir sobre a vida de diferentes pontos de vista e perceber que recomeçar não precisa ser tão difícil. Ei amei e recomendo o livro sem restrições!

A Autora


Ali Benjamin é autora de Positive, livro de memórias da adolescente HIV positivo Paige Rawl, e de The Keeper, de Tim Howard, jogador de futebol norte-americano.


Avaliação (5/5)






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