Ladrão de Almas - Alma Katsu

KATSU, Alma. Ladrão de Almas. Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito, 2012. 430 p. Título Original: The Taker.
Avaliação (1 a 5) ♥ ♥ ♥ ♥ ♥


"Podia fingir que ele seria sincero e fiel a mim, escolher ser cega, como muitas mulheres fazem, e esperar que, com o tempo, tudo passasse. Minha cegueira contava com a ajuda de minha teimosa convicção de que um elo de amor era algo vindo de Deus e que não importava quão desagradável, quão improvável ou doloroso, não poderia ser alterado pelo homem. Tinha que ter fé que meu amor triunfaria sobre qualquer imperfeição do amor de Jonathan por mim; o amor, afinal, é fé, e toda fé um dia será testada." (p. 103)

Luke Findley é médico na pequena cidade de St. Andrew, o lugar onde nasceu e de onde imaginava estar livre quando partiu para estudar medicina. Porém, a doença dos pais o forçou a voltar para a cidade e nessa mudança ele viu sua vida se despedaçar. Sua esposa o deixou, levando suas duas filhas, seus pais faleceram e ele ficou sozinho na casa da fazenda, sem ver um sentido para sua vida.

Mas em uma noite em que Luke cumpria mais um monótono plantão no hospital, ele vê chegar ao atendimento uma das jovens mais belas que ele já viu. Ela está algemada e coberta de sangue, e o xerife a acusa de assassinato, mas nem isso impede que Luke fique fascinado com ela.

A jovem é Lanore McIlvrae. Ela está desesperada para fugir da situação em que se encontra e não tem dificuldades para convencer Luke a ajudá-la. Enquanto fogem, Lanny vai contando toda a sua história que começa na mesma cidadezinha, só que em 1809, há mais de 200 anos atrás.

Aos 12 anos, Lanny já sabe que é perdidamente apaixonada por Jonathan St.Andrew, filho do fundador da cidade e pertencente a uma das famílias mais ricas da região. Ela pertence a uma família pobre e mesmo assim não consegue deixar de desejar o amor de Jonathan, ela e praticamente toda a população feminina da cidade, já que o rapaz é dono de uma beleza fascinante. Porém, ser tão belo é quase que uma maldição para ele, pois junto com o desejo das mulheres, ele é vítima do ódio e da inveja dos homens. Isso o faz um rapaz solitário. Foi essa situação que uniu os dois numa forte amizade.

Com o passar dos anos, Lanny viu Jonathan se envolver com várias mulheres, muitas delas casadas, sem nunca olhar para ela com olhos de amor. Ela se submetia a tudo, aceitava seus defeitos e o ajudava em suas enrascadas, mesmo sabendo que ele jamais mudaria e que uma união entre ambos seria improvável, mesmo assim ela se entrega a ele numa tarde e os dois se tornam amantes. As consequências para ela são as piores e ele simplesmente lhe vira as costas e lhe nega ajuda no momento mais difícil de sua vida.

Grávida, sozinha e expulsa de sua casa, Lanny vai para Boston, onde vai parar na casa do misterioso Adair, um homem muito rico, pertencente a nobreza europeia, e que tem personalidade marcante. Adair é cercado por mistérios sobrenaturais e mergulhar nesse mundo novo vai transformar a vida de Lanny e lhe dará a oportunidade de viver ao lado do homem que ama... eternamente.

* * * * *

Quando soube do lançamento de Ladrão de Almas, fiquei ansiosa por ele. Tanto que quando ele chegou, furou todas as filas de leitura e eu o devorei rapidinho... até a metade mais ou menos. Depois a leitura empacou e eu não consegui mais me identificar com a história. Isso porque o enredo não se desenvolve de maneira satisfatória e no final tudo o que me sobrou foi mais uma grande decepção literária.

Isso porque eu não consegui entender muito bem qual era a motivação de cada um dos personagens. À exceção de Adair, os demais personagens me pareceram um bando de loucos correndo atrás de coisa nenhuma. Eu simplesmente não entendia suas ações e boa parte do tempo eu só me perguntava: por que isso?

Por exemplo: por mais que sua vida esteja sem sentido, o que lhe faz abandonar tudo, sua casa, seu emprego, para fugir com uma jovem coberta de sangue acusada de assassinato que você conhece há 30 minutos?
Outra coisa que me torturava: como amar a vida inteira uma pessoa tão mesquinha e egoísta como Jonathan? Ele só se preocupa consigo mesmo! Parecia até aquele poema do Drummond, "Quadrilha", sabem? Adair que amava Lanore, que amava Jonathan, que amava ele mesmo.
E finalmente: Lanny realmente ama Jonathan ou está apenas obcecada pela ideia de possuí-lo como todas as outras mulheres? Por que, na minha modesta opinião, que ama tão perdidamente não mete o amado numa enrascada tão grande como ela fez.

"- É Jonathan, não é? Posso sentir em seu coração. Quer estar disponível para Jonathan, caso um dia ele queira você. Eu quero você e você quer Jonathan. Bem... talvez haja uma maneira de fazer isso funcionar, Lanore. Talvez haja um jeito para que nós dois tenhamos o que queremos. - Parecia uma confissão de tudo aquilo que eu suspeitara, e a ideia e si só fez meu sangue congelar." (p. 380)

A partir da segunda parte do livro, ele começa a ficar mais pesado, com várias cenas de sexo e drogas, inclusive sexo não consensual. Mas mais uma vez o livro peca, pois as não há grandes detalhes e provavelmente ninguém vai ficar muito chocado com essas cenas.

E finalmente tem aquele probleminha dos livros que são escritos no presente com personagens contando seu passado. Aconteça o que acontecer, tudo acabará bem, pois se não fosse assim, ele não estaria ali para contar a história, não é? Acho que isso tira muito do suspense da história.

No mais é um bom livro. Muito bem escrito, até mais do eu esperava, ele até consegue te prender com as várias reviravoltas que o enredo dá. Bem do tipo: estou odiando essa personagem mas preciso saber o final.
E a capa também é lindíssima, como sempre a Novo Conceito caprichou muito na edição do livro, e ele ficou um charme na minha estante nova, kkk.

Não é de todo ruim, mas eu esperava bem mais!

B-jussss! ♥
;-p






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