Tartarugas Até Lá Embaixo - John Green


GREEN, John. Tartarugas até lá embaixo. Tradução Ana Rodrigues. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2017. 272 p. Título original: Turtles all the way down. Skoob. Comprar.



Sinopse
Depois de seis anos, milhões de livros vendidos, dois filmes de sucesso e uma legião de fãs apaixonados ao redor do mundo, John Green, autor do inesquecível A culpa é das estrelas, lança o mais pessoal de todos os seus romances: Tartarugas até lá embaixo.
A história acompanha a jornada de Aza Holmes, uma menina de 16 anos que sai em busca de um bilionário misteriosamente desaparecido – quem encontrá-lo receberá uma polpuda recompensa em dinheiro – enquanto lida com o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
Repleto de referências da vida do autor – entre elas, a tão marcada paixão pela cultura pop e o TOC, transtorno mental que o afeta desde a infância –, Tartarugas até lá embaixo tem tudo o que fez de John Green um dos mais queridos autores contemporâneos. Um livro incrível, recheado de frases sublinháveis, que fala de amizades duradouras e reencontros inesperados, fan-fics de Star Wars e – por que não? – peculiares répteis neozelandeses.

Depois de seis anos de espera ansiosa, finalmente tenho um livro novo do John Green para ler. O autor é um dos meus preferidos e me conquistou, especialmente, com Quem é você, Alasca? e A culpa é das estrelas, os dois livros foram responsáveis por boa parte do meu choro literário.

Aza Holmes é apenas uma adolescente mas já carrega um pesado fardo de sofrimento. Perdeu o pai muito cedo e maneira súbita e luta contra uma doença que faz do seu cérebro o seu maior inimigo: o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Ela morre de medo de bactérias e está sempre mexendo no band-aid que tem em um corte no dedo, que nunca sara porque ela nunca para de cutucar. Ela tem pensamentos intrusivos que a perseguem e ela sabe que se os falasse em voz alta soaria como estranha ou louca e, por isso, ela prefere fingir que está tudo bem escondendo sua doença de todos. Isso faz com que, diariamente, ela viva em batalha entre o que sente e vive e o que seu cérebro lhe para fazer, e nem sempre ela ganha.

Eu me sentia escorregando, mas até mesmo isso era uma metáfora. Afundando, outra metáfora. Não sei descrever a sensação a não ser dizendo que eu não sou eu. Forjada no molde da alma de outro alguém. Por favor, só me tire dessa. Quem quer que seja o meu autor, me tire dessa. Faço qualquer coisa para sair disso.

Daisy, sua melhor amiga, é total oposto dela. Cheia de vida e alegria, ela sempre fala o que pensa e é uma grande fã de Star Wars, tanto que escreve uma aclamada fanfic sobre Rey e Chewbacca, mas a garota pena com a falta de dinheiro da família. No entanto, a cidade é sacudida pela desaparecimento do bilionário Russel Pickett, que está envolvido em um escândalo financeiro, e é oferecida uma recompensa de cem mil dólares para quem desse informações sobre seu paradeiro. A destemida Daisy não pensa duas vezes antes de envolver Aza na busca pelo ricaço para por a mão na recompensa, usando uma antiga amizade que ela tinha na infância com o filho dele, Davis.

É claro que no início, Aza tenta se esquivar da busca, mas Daisy é persistente, e quando ela se depara com Davis depois de tantos anos de separação, a antiga amizade volta com tudo e pode se transformar em algo mais. Ele é um garoto adorável, sensível e que gosta de estudar o universo e, mesmo enfrentando o momento mais difícil da sua vida, acolhe Aza de braços abertos. Mas a menina já tem muitos problemas e não sabe como lidar com as terríveis espirais de pensamento que se afunilam e ameaçam aprisioná-la. Como ela poderia se envolver se mal consegue se entender com o próprio cérebro?

Quem se importa com beijos quando ela vê através da nuvens?

Em um dos livros mais sensíveis que já li, John Green mostra que não perdeu a mão para nos emocionar. Ele descreve de uma maneira profunda e excruciante a tortura que o TOC traz para a vida de Aza, me senti dentro do cérebro da garota sentindo cada uma de suas angústias. Green nunca escondeu de ninguém que ele mesmo sofre com o TOC e por isso o livro chega a ser autobiográfico, e com certeza, as experiências dele trouxeram muita realidade para o livro.

Mesmo assim, não é um livro rápido de ser ler, mesmo tendo poucas páginas. É preciso ler com calma para conseguir entender melhor a doença e se colocar no lugar de Aza, para entender o tamanho da sua luta diária. Imagino que os leitores mais afoitos, que gostam de livros mais dinâmicos estranhem um pouco ou talvez nem gostem muito de Tartarugas. Mas eu fiquei muito tocada com o enredo e senti uma empatia enorme pelos personagens, todos eles!

- Tudo bem. No fundo ninguém entende o que se passa com o outro. Está todo mundo preso dentro de si mesmo.

Se John Green já tinha um lugarzinho de destaque na minha estante, agora ele é o rei absoluto dela! E eu sou posso agradecê-lo pela sensibilidade e pela coragem de transformar uma experiência pessoal tão traumática em um obra que joga luz sobre um problema que assola milhões de pessoas pelo mundo. Agradecer por ter escrito um livro tão arrebatador e, por meio dele, nos mostrar um pedacinho do seu mundo. Muito obrigada John Green!

O Autor


John Green, autor de A culpa é das estrelas; Quem é você, Alasca?; Cidades de papel e O Teorema Katherine, é um dos escritores contemporâneos mais querido pelo público, com mais de 4,5 milhões de livros vendidos no Brasil do mundo, mora com a família em Indianápolis, nos Estados Unidos.


Avaliação (5/5)




B-jussssss! ♥
;-p

10 comentários:

  1. Vivo um lance de amor e ódio com o tio verde. Adorei uns livros e não curti outros, esse me chama atenção por falar de transtorno psicológico e eu vivi isso de perto para saber o quanto é difícil, então quero ler, por outro lado fico assustada quando todas resenhas que vejo concordam que a leitura é um pouco arrastada. Enfom, ler pra saber.

    Beijos.
    https://cabinedeleitura0.blogspot.com.br/

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  2. Oiii, parabéns pela resenha ficou muito boa, mas particularmente não curto o John Green.

    Abraços.

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  3. Acredita que o único livro dele que gostei foi a culpa é das estrelas? Agora tenho medo de arriscar. Esse tartarugas até lá embaixo está me intrigando, porque todos falam muito bem. Quem sabe eu dou mais uma chance.

    Beijos

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  4. Ganhei esse livro de uma amiga a pouco tempo e n vejo a hr de começar a ler! Tbm gosto mt do John Green *-* Ótima resenha!
    Beijos

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  5. Sou apaixonada pela escrita do autor, a leitura flui de um modo incrível!
    Tinha visto o lançamento do livro e não tinha me chamado muito a atenção, porém não sabia que havia sido diagnosticado com TOC também.
    Agora fiquei empolgada para ler, porque deve ser uma experiência muito grande escrever sobre algo que você convive.
    Adorei resenha.

    beijinhos
    She is a Bookaholic

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  6. Oii tudo bem??

    John Green é ame ou odeio, e eu particularmente odeio. Já tentei fazer outras leituras e não consigo, não desce.
    Adorei a resenha, mas vou passar esse livro.
    Bjus Rafa

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  7. Olá, tudo bem?

    AMO JOHN GREEN! Cada livro dele, me tocou de uma forma que não sei explicar. Confesso que comprei esse livro sem saber do que se trata. Comprei por ser John Green. E lendo sua resenha agora, já sei que vai ser outro livro que vai me tocar de alguma forma! Não vejo a hora de começar a ler.

    Beijos

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  8. Olá, tudo bem?

    Eu amei sua resenha, estou com esse livro aqui para ler e depois disso já estou louca para começar! Eu li apenas dois livros do Jonh Green (ACEDE e O teorema Katherine), não sou muito fã, mas gosto da muito da sua escrita fácil.

    Beijão.
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  9. Olá Nina,

    Ganhei esse livro da minha mamis de presente de Natal, e estou super ansiosa para ler também, tenho visto muitas críticas positivas, e sua serviu para fechar com chave de ouro e me fazer pular este livro na minha TBR. 6 anos de espera já deu né? Tomara que o próximo dele saia mais rápido...

    Beijos e obrigada pela resenha, eu amei...
    http://floraliteraria.blogspot.com.br/

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  10. Oi, tudo bem?

    Estou com muita vontade de ler este livro. Tenho visto muitas pessoas falando da obra, e o quanto ela é boa. Ainda não consegui ler, mas está na minha meta de leituras desse ano. Espero mesmo gostar do livro, estou torcendo por isso.

    Beijos.

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