A Escola do Bem e do Mal - Soman Chainani


CHAINANI, Soman. A Escola do Bem e do Mal. Tradução Alice Klesck; ilustrações Iacopo Bruno. 2.ed.; 5. reimp. Belo Horizonte: Editora Gutenberg, 2017. 352 p. (A Escola do Bem e do Mal, v.1). Título original: The school for good and evil. Skoob. Comprar.

Sinopse

No povoado de Gavaldon, a cada quatro anos, dois adolescentes somem misteriosamente há mais de dois séculos. Os pais trancam e protegem seus filhos, apavorados com o possível sequestro, que acontece segundo uma antiga lenda: os jovens desaparecidos são levados para a Escola do Bem e do Mal, onde estudam para se tornar os heróis e os vilões das histórias.
Sophie torce para ser uma das escolhidas e admitida na Escola do Bem. Com seu vestido cor-de-rosa e sapatos de cristal, ela sonha em se tornar uma princesa. Sua melhor amiga, Agatha, porém, não se conforma como uma cidade inteira pode acreditar em tanta baboseira. Ela é o oposto da amiga, que, mesmo assim, é a única que a entende. O destino, no entanto, prega uma peça nas duas, que iniciam uma aventura que dará pistas sobre quem elas realmente são.
Este best-seller é o primeiro livro de uma trilogia que mostra uma jornada épica em um mundo novo e deslumbrante, no qual a única saída para fugir das lendas sobre contos de fadas e histórias encantadas é viver intensamente uma delas.

Faltam pouco mais de quinze dias para a Bienal do Livro de São Paulo e vários autores internacionais já confirmaram presença, e entre eles está Soman Chainani, autor da série fantástica A Escola do Bem e do Mal. E para nos aquecermos para o evento literário mais aguardado do ano, que tal conhecer melhor o primeiro livro da série?

O povoado de Gavaldon é cercado por um grande mistério há mais de dois séculos: a cada quatro anos, na décima primeira noite do décimo primeiro mês, dois adolescentes desaparecem. De acordo com uma antiga lenda, eles são levados para a Escola do Bem e do Mal, onde estudam para ser heróis ou vilões dos contos de fadas. Enquanto alguns morrem de medo de desaparecer, a jovem Sophie sonha com o dia em que será levada para se tornar um princesa. Obcecada por esse sonho, ela se cerca de vestidos rosa, sapatinhos de cristal e ações que ela acredita serem boas.

Agatha é a melhor amiga de Sophie e não poderia ser mais diferente. Introspectiva, antissocial, sempre de coturnos e roupas pretas, ela tem um mau humor quase permanente e no fundo sente-se feia. Ela não se conforma que Sophie e todo o vilarejo possam acreditar em tanta besteira! Mas o destino prega uma grande peça nas duas amigas e, de repente, elas terão que se reinventar para poder seguir seus caminhos.


A Escola do Bem e do Mal faz referências a vários contos de fadas e personagens e traz uma série de clichês que são comuns nesse universo, como a ideia de que uma princesa precisa ser linda, frágil e perfeitinha; o príncipe ser o salvador; a vilã sempre feia, rancorosa; e por aí vai. E o interessante é que, como crescemos ouvindo esse tipo de coisa, acabamos achando muito natural que seja assim nos livros. Mas o que me impressionou nessa história foi que o autor desconstrói essa visão e nos mostra que pode ser diferente, que as pessoas não precisam caber em estereótipos ou atender ao que se espera dela. Soman Chainani conseguiu transformar o que parecia ser uma história clichê em algo grandioso que discute amizade, feminismo, construção social, e enquanto leva os personagens a questionar estereótipos, faz o leitor refletir também.

Aliás, desconstruir estereótipos foi o que esse livro mais fez, nos levando a refletir sobre quem somos e o que as pessoas pensam sobre nós; sobre quem gostaríamos de ser o que a sociedade espera de nós. E muitas vezes estamos tão ocupados com o que os outros querem que esquecemos de mostrar quem somos de verdade.

Ali, contudo, nas torres do Bem, os meninos saíam para lutar com espadas enquanto as meninas tinham que aprender latidos caninos e pios de corujas. Não era de admirar-se que as princesas fossem tão imponentes nos contos de fadas, ela pensou. Se tudo o que podiam fazer era sorrir, manter a postura ereta e falar com esquilos, então que escolhas tinham além de esperar que um garoto viesse salvá-las?

Você deve estar imaginando que, por trazer tanta reflexão, o livro seja chato. Muito pelo contrário! A narrativa é muito divertida e cheia de reviravoltas, tantas que nem dá para falar muito do enredo sem dar spoilers. As protagonistas são meio dúbias e você nunca tem certeza absoluta de quem elas são. Principalmente porque elas perdem tudo o que têm como referência e precisam se reinventar e nesse caminho elas passam por muitas aventuras, de forma que acompanhar essa trajetória é incrível. 

Enfim, peguei A Escola do Bem e do Mal para ler achando que seria um infantojuvenil fofinho para passar o tempo e acabei me surpreendendo com a história. O livro é divertido, cheio de aventuras e muito alto astral. A única coisa que me incomodou é que demorou um pouquinho para que Agatha e Sophie entendessem e se aceitassem como são, pois o plot twist acontece já nas primeiras páginas e demora demais para que tenha um outro acontecimento impactante. Mas mesmo assim não deixo de recomendar.

Série A Escola do Bem e do Mal


  1. A Escola do Bem e do Mal
  2. Um Mundo sem Príncipes
  3. Infelizes para Sempre
  4. Em Busca da Glória
  5. A Crystal of Time (Ainda não publicado no Brasil)
O Autor

Soman Chainani é fascinado por contos de fadas (mais que as crianças de Gavaldan). Cresceu lendo essas histórias e assistindo às animações da Disney. Quando fez sua graduação em Harvard, praticamente criou uma matéria para ele mesmo, sobre contos de fadas, e escreveu uma tese sobre o motivo pelo qual os vilões são tão irresistíveis.
Roteirista aclamado, é mestre pela Columbia University na área de Cinema (Direção) e foi ganhador do prêmio máximo da instituição, o FMI Fellowship. Seus filmes já foram exibidos em mais de 150 festivais ao redor do mundo, tendo ganhado mais de 30 prêmios de júri e público. Suas premiações como autor incluem o Big Bear Lake, o New Draft, o CAPE Foundation, o Sun Valey Writers’ Conference e o cobiçado Shasha Grant, concedido por um júri internacional de executivos de cinema.
Quando não está escrevendo histórias ou lecionando em Nova York, Soman é um jogador de tênis habilidoso e difícil de vencer (ficou dez anos sem perder um primeiro set!). Até que começou a escrever A Escola do Bem e do Mal. Agora, ele perde sempre.

Avaliação (4/5)




B-jusssss!
;-p


10 comentários:

  1. Ahhhhh cada vez que encontro alguma resenha sobre essa série (independente do volume) fico tentada em iniciar. Amo o gênero e a sensação de viver aquele clichê leve e divertido. Quero MUITO dar uma chance, mas infelizmente não conseguirei fazer isso antes da bienal. <3 Amo o gênero e adorei a resenha

    Sai da Minha Lente

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  2. Oiiiii,

    Este livro foi um grande dilema na minha vida!! Eu não sei se amo ou se odeio! Eu adorei a Ágatha e ao mesmo tempo acho que ela pode ter sido muito melhor explorada. A edição da Gutenberg é uma obra de arte a ser analisada a parte né? Maravilhosa!!! Também sou dessas que não ameiii, mas recomendo porque a história é muito boa e sempre acho que o próximo livro vai me mostrar o que eu tanto quero ver lkkkkk.

    Beijinhos...
    http://www.paraisoliterario.com

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  3. Olá
    Eu não leio muita fantasia e por mais que essa premissa seja interessante ele não despertou o meu interesse em realizar a leitura do livro. Então passo essa dica

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  4. Oi!
    Adorei a sua resenha! Estou com muita vontade de conhecer essa série, afinal, sempre vejo muitos elogios. Creio que seja o tipo de leitura que eu adoro. Sua dica já está mais que anotada. Espero poder ler em breve e me surpreender tanto quanto você.
    Beijo!

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  5. Oi! Eu estou doente já pra fazer essa leitura! Fiquei interessada pela capa, que eu achei maravilhosa e muito diferente, mas lendo sobre a história, fiquei ainda mais curiosa! Estou querendo acreditar que vou achar a trama tão boa quanto desejo. Estou muito curiosa sobre esses adolescentes que somem a cada 4 anos, o que acontece, por que acontece.. E essa tal escola, será que existe? E confesso que nunca fui lá muito chegadas em princesas, então não vou ficar tão enervada com elas.. Obrigada pela resenha!

    Bjoxx ~ www.stalker-literaria.com

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  6. Ainda não conhecia esse livro e nem o autor, mas adoro contos de fadas e livros infanto-juvenis, já me interessou muito esse livro, vou procurar saber mais sobre ele, pena que faltou um algo mais na trama, mas mesmo assim vou conferir. Bjs

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  7. Essa é uma série que tenho a maior curiosidade de ler e olhe que não é o meu gênero literário mais frequente, mas algo nele me desperta interesse! Adorei ler a sua resenha!

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  8. Li mesmo que ele estaria lá, mas ainda nao tive a oportunidade de ler esse livro. Adoro fantasia <3
    Bjos

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