Dizem por aí... - Jill Mansell

MANSELL, Jill. Dizem por Aí... Ribeirão Preto: Novo Conceito, 2012. 430 p. Título Original: Rumour has it.

"Será que Jack conseguia sentir o que estava acontecendo? Será que ele sabia que todas as terminações no corpo dela estavam chiando e zunindo com uma urgência completamente fora de controle? Ela queria tocá-lo, abraçá-lo, diminuir aquela terrível dor e fazê-lo se sentir melhor... Ai Deus, aquele devia ser o infame efeito viúvo trágico, os meio letais e efetivos pelos quais Jack persuadia as mulheres a abandonares seus princípios, seu livre-arbítrio, sua dignidade..." (p. 162)

O livro nos conta a história de Tilly Cole, uma jovem de 27 anos que acabou de ser abandonada pelo namorado. E ele fez tudo da pior maneira possível, simplesmente foi embora levando todas as suas coisas e deixando apenas um bilhete sobre a lareira. E pior, deixou a garota sozinha em um apartamento que ela não poderia bancar.
Triste, mas também aliviada (afinal ela meio que provocou o fim do namoro) Tilly vai visitar sua melhor amiga Erin, que vive na pequena cidade de Roxborough onde tem um brechó de roupas de grife. Ao final da viagem, Tilly vê um anúncio de emprego no jornal que chama sua atenção:

"Garota faz-tudo, emprego divertido em casa de campo, 200 £/semana." (p. 19)

Tilly resolve tentar a sorte e consegue o emprego na casa de Max, que tem uma empresa de design de interiores. O trabalho inclui morar com ele e cuidar de sua filha de 13 anos, Lou, uma pré-adolescente adorável e da cachorrinha Betty. Ela também é apresentada a Jack Lucas, melhor amigo de Max e uma espécie de sócio, já que ele é corretor de imóveis da cidade. 

Jack é simplesmente um dos homens mais lindos que Tilly já viu, mas tem uma fama péssima de mulherengo e conquistador, o que faz com todos os seus novos amigos a avisem do risco de cair na lábia do rapaz. Mas Tilly está decidida a não ser mais um troféu para Jack Lucas.

* * *

Bem clichê, né? Confesso a vocês que eu teria abandonado esse livro se ele só tivesse esse assunto. Porque eu tenho que falar: essa Tilly é totalmente insuportável! Louca de vontade de se atracar com o Jack e se contendo por causa do que dizem do rapaz. É muito irritante!
O que salva o livro são os outros personagens e seus dramas particulares, como Erin e Fergus atormentados pela louca ex-mulher dele - Stella; Kaye, ex de Max e atriz de Hollywood, lidando com fofocas e paparazis tão comuns na carreira dela; Lou e suas primeiras incursões no universo dos meninos; e Max, que é gay assumido lidando com toda a dificuldade de se viver em uma cidade pequena.

Muito bem escrito e com uma linguagem leve, o livro te cativa de tal forma que você para de se incomodar com os chiliques da Tilly e vai se envolvendo com os demais personagens e dramas que a autora traz a tona. Primeiro deles é a homofobia, que de maneira bem sutil vai aparecendo no texto e te levando a repensar algumas ideias pré concebidas que, infelizmente, muitas pessoas ainda tem.
Segundo é o perigo da fofoca! Muitas das confusões que acontecem no livro são causadas por causa de fuxicos e, principalmente, com a enorme preocupação que Tilly tem com eles. Se a garota seguisse mais sua intuição, se acreditasse mais no que seus olhos veem do que seus ouvidos escutam, teria sido feliz bem mais rápido, não demoraria tediosas 430 páginas!

Outro ponto que também me incomodou bastante foi o final, foi bem corrido e tudo ficou bem vago. Apesar de ter achado muito bom os planos A, B e C de Jack, achei que ficou faltando algo, talvez um epílogo ou coisa assim.

Apesar do tema bem batido, o livro te prende e acaba se tornando uma leitura agradável. Confesso que esperava mais do livro, mas não foi uma daquelas decepções traumáticas que te fazem renegar o livro por 10 gerações. Não é uma trama complexa, mas é divertida. Recomendado para quem queira uma leitura rápida, leve e desprenteciosa.

B-jussss! ♥
;-p




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