Nove Regras a Ignorar Antes de se Apaixonar - Sarah MacLean


MACLEAN, Sarah. Nove regras a ignorar antes de se apaixonar. Tradução Fabiana Colasanti. São Paulo: Editora Arqueiro, 2016. 384 páginas. (Os números do amor, v.01). Título original: Nine rules to brake when romancing a rake. Skoob.

Sinopse
“A sonhadora Calpúrnia Hartwell sempre fez tudo exatamente como se espera de uma dama. Ainda assim, dez anos depois de ser apresentada à sociedade, ela continua solteira e assistindo sentada enquanto as jovens se divertem nos bailes. Callie trocaria qualquer coisa por uma vida de prazeres.
E por que não se arriscar se, aos 28 anos, ela já passou da idade de procurar o príncipe encantado, nunca foi uma beldade e sua reputação já não lhe fará a menor diferença? Sem nada a perder, a moça resolve listar as nove regras sociais que mais deseja quebrar, como beijar alguém apaixonadamente, fumar charuto, beber uísque, jogar em um clube para cavalheiros e dançar todas as músicas de um baile. E depois começa a quebrá-las de fato.
Mas desafiar as convenções pode ser muito mais interessante em boa companhia, principalmente se for uma que saiba tudo sobre quebrar regras. E quem melhor que Gabriel St. John, o marquês de Ralston, para acompanhá-la? Afinal, além de charmoso e devastadoramente lindo, ele é um dos mais notórios libertinos de Londres.
Contudo, passar tanto tempo na companhia dele pode ser perigoso. Há anos Callie sonha com Gabriel e, se não tiver cuidado, pode acabar quebrando a regra mais importante de todas – a que diz que aqueles que buscam o prazer não devem se apaixonar perdidamente.”

A essa altura do blog, acho que não dá mais para negar que Romance de Época é um dos meus gêneros preferidos. Gosto muito de acompanhar essas histórias de amor porque, apesar de se passarem no século XIX e terem toda aquele magia romântica da época, elas são escritas por autoras contemporâneas então os personagens se portam como nós e por isso, a grande maioria são de mocinhas que estão à frente do seu tempo. Ou seja, temos o melhor do passado e do presente reunidos em um livro.

Em Nove Regras também temos uma mocinha que, apesar de viver em uma sociedade com hábitos arcaicos, sonha em poder fazer coisas que a satisfaçam. Calpúrnia (que nome é esse, Senhor!!!), ou Callie, passou 10 anos pelos cantos, desde de que debutou aos 18, nunca conseguiu a atenção de algum pretendente que preste. Primeiro porque ela não está dentro dos padrões de beleza da época, segundo porque ela não consegue conter o interesse que sente por Gabriel St. John, o marquês de Ralston. Mas o marquês é conhecido por ser um libertino incurável e Callie sabe que ele não é homem para ela e, por isso, já se conformou com seu estado de solteirona - aos 28 anos!!!

Mas tudo muda quando Mariana, a irmã mais nova de Callie, fica noiva por amor logo na sua primeira temporada na sociedade londrina. Não que Callie estivesse com raiva ou com inveja, pelo contrário, ela está muito feliz pela irmã, mas o noivado acaba evidenciando seu fracasso amoroso e faz com que Callie se sinta passiva e covarde.

Ela percebe que passou sua vida fazendo o que todos à sua volta esperavam que fizesse, sendo o que todos esperavam que fosse. E já que para a sociedade ela é invisível, porque não começar a experimentar coisas que sempre sonhou em fazer? Por que não ir a tabernas e beber wisky e esgrimir? Por que não fazer coisas muito mais interessantes do que os detestáveis chás e bailes e bordados com os quais tinha que passar o tempo? Então, ela faz uma lista com nove itens que gostaria de fazer mas que não pode por ser mulher e percebe que, se tomar os devidos cuidados, poderia fazer tudo sem manchar sua reputação. Mas para isso, ela vai precisar de ajuda e quem melhor do Gabriel St. John para guiá-la nessa aventura?

Com o desenrolar dos acontecimentos, Callie e Gabriel passam a conviver cada vez mais e ele deixa de ser apenas o personagem que povoa os sonhos de Callie para ser um homem real, e ela não consegue deixar de gostar disso, por mais impróprio que seja. Já Gabriel nunca prestou muita atenção em Lady Calpúrnia mas de repente ela está em todos os lugares: na taberna, no clube de esgrima e até mesmo dentro do seu quarto! Ele então percebe que a solteirona de reputação ilibada pode ser muito mais do que aparenta.

O que eu mais gostei nesse livro é que ele mostra que, na verdade, ninguém é apenas o que aparenta. Somos seres humanos e é de nossa natureza sermos múltiplos e confusos. O grande problema são os rótulos que nos são impostos durante vida é que acabam nos convencendo de que somos só aquilo. Só o libertino ou só a solteirona sem graça, e isso fez com que os personagens se esquecessem de seus verdadeiros anseios e acabassem levando uma vida diferente da que queriam para si.

Mas o que realmente me fascinou na história foi a crítica que a autora faz ao machismo disfarçado de regras sociais. A lista que Callie faz é feita justamente por coisas que ela adoraria fazer mas que não pode porque não são permitidas a uma “dama de respeito”. Todas as coisas divertidas, como jogar, cavalgar, beber, namorar são concedidas apenas aos homens, enquanto as mulheres ficam trancadas em casa tendo como único objetivo encontrar um marido e aturá-lo depois. Assim Sarah MacLean faz um retrato bem real da sociedade vitoriana.

Traçando um paralelo com os dias de hoje, é interessante pensar que em pleno século XXI ainda existem coisas que não são permitidas a nós mulheres, que ainda somos julgadas e condenadas por atitudes que são perfeitamente normais para os homens. Se bebemos, fumamos, usamos uma roupa mais curta somos a vagabunda, a vadia, a disponível. Então o que mudou de lá para cá?

Divertido, leve e apaixonante, com o adicional que nos levar a uma reflexão imprescindível para nossa sociedade, Nove Regras é um livro que recomendo muito e vai ocupar um lugar de destaque na minha estante.

Série Os Números do Amor



  1. Nove regras a ignorar antes de se apaixonar
  2. Dez formas de fazer um coração derreter
  3. Onze leis a cumprir na hora de seduzir

A Autora

Sarah MacLean passou boa parte da infância em meio a livros e bibliotecas, o que lhe inspirou o amor tanto por fatos históricos quanto por romances ficcionais. Formada pela Smith College e pela Universidade de Harvard, ambas em Massachusetts, foi quando se mudou para Nova York que Sarah finalmente decidiu unir suas maiores paixões e escrever o primeiro livro. Desde então, suas obras já entraram na lista de mais vendidos do The New York Times, do The Washington Post e do USA Today, além de terem sido traduzidas para mais de vinte idiomas.
Vencedora do prêmio RITA na categoria Romances de Época, Sarah MacLean também é colunista do The Washington Post. Ela ainda mora em Nova York, com o marido e a filha.

Avaliação (4/5)






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4 comentários:

  1. Não curto romances de época, acho as tramas muito previsíveis e repetitivas e por isso esse tipo de livro normalmente não consegue me prender. Mas acabei achando esse atraente por causa da lista que a protagonista faz de coisas que vão contra as regras da sociedade e que ela gostaria de fazer, e também por mostrar essa questão dos rótulos. Talvez eu leia.

    Beijo!

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  2. Eu também não curto o gênero, mas li esse por causa de um evento da Editora Arqueiro aqui em Palmas e ADOREI, dê uma chance a ele, Juliana. Acredito que você vai gostar também.

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  3. Giuliana Sperandio Maier11 de junho de 2016 às 16:51

    Oi Nina, esse livro está na minha lista!
    Também adoro livros que se passam no século passado tudo parece mais bonito exala romance pelas páginas, os homens parecem mais cavalheiros e interessantes e as mocinhas eram mais glamorosas e decididas (pelo menos nos livros).
    Esse é um dos livros que venho namorando desde a estreia a cada resenha lida aumenta vontade.
    Beijocas!

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  4. Olá, adoro livros com títulos grandes, kkk
    Não sou fã de carteirinha do gênero, mas acredito que seja uma leitura bacana. Tenho lido bons livros com essa temática e alguns têm me surpreendido. Parabéns pela resenha

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