Para Poder Viver - Yeonmi Park


PARK, Yeonmi. Para Poder Viver - A jornada de uma garota norte-coreana para a liberdade. Tradução Paulo Geiger. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. 328 páginas. Título original: In order to live: a north korean girl’s to freedom. Skoob.

Sinopse
“Yeonmi Park não sonhava com a liberdade quando fugiu da Coreia do Norte. Ela nem sequer conhecia o significado dessa palavra. Tudo o que sabia era que fugir era a única maneira de sobreviver. Se ela e sua família ficassem na terra natal, todos morreriam - de fome, adoentados ou mesmo executados.

Park cresceu achando normal que seus vizinhos desaparecessem de repente. Acostumou-se a ingerir plantas selvagens na falta de comida. Acreditava que o líder de seu país era capaz de ler seus pensamentos.
Aos treze anos, quando a fome e a prisão do pai tornaram a vida impossível, Yeonmi deixou a Coreia da Norte. Era o começo de um périplo que a levaria pelo submundo chinês de traficantes e contrabandistas de pessoas, a uma travessia pela China através do deserto de Gobi até a Mongólia, à entrada na Coreia do Sul e, enfim, à liberdade.

Neste livro, Yeonmi conta essa história impressionante pela primeira vez. Uma história repleta de coragem, dignidade - e até humor.

Para poder viver é um testamento da perseverança do espírito humano. Até que ponto estamos dispostos a sofrer em nome da liberdade? Poucas vezes a resposta foi dada de modo tão eloquente.”

Esse ano fui ao evento de livreiros da Companhia das Letras, lá nos foi apresentado um trecho do vídeo onde Yeonmi inicia seu depoimento, e foi através daqueles segundos que percebi que queria ler sua autobiografia. Graças a Nina, minha BFF, pude ter acesso ao livro, e assim apresento minhas considerações para vocês.

“(...) quando você dispõem de mais palavras para descrever o mundo, você aumenta sua aptidão para desenvolver pensamentos complexos.”

No livro Yeonmi narra toda sua trajetória na fuga de seu país de origem, Coreia do Norte, e nem mesmo os meus melhores professores de história poderiam ter me preparado para os relatos com os quais iria me deparar quando iniciei a leitura. Em sua fuga a jovem Yeonmi passará por vários desesperos, fome, miséria, estupro, são apenas alguns dos piores momentos de sua vida até o alcance de sua suposta liberdade.

E entre tanta tristeza pude me deparar com amor, esperança, força e fé, o livro nos passa ensinamentos não só de história, mas de vida. Enquanto estamos aqui sentados com todo o conforto que a tecnologia pode nos proporcionar não temos ideia de que do outro lado do mundo pessoas são tratadas como animais, ou pior do que eles. Que seres humanos são executados em praça pública por assistir Titanic entre outros absurdos estrondosos.

“Quando se é uma criança pequena, tudo que se conhece é o que está diante dos olhos. Toda a sua vida são seus pais, seus familiares, sua vizinhança. Para mim parecia normal que houvesse tempos em que tínhamos comida para comer, e outros tempos em que só havia uma refeição por dia e ficávamos com fome.”

Fome, miséria, coesão e lavagem cerebral são apenas alguns dos vários males vivenciados diariamente pelos coreanos em suas terra natal. Yeonmi divide sua história em três partes, sendo identificadas pelos lugares por onde ela passou até enfim poder se sentir livre.

Essa é minha primeira biografia, e não me arrependo em nada, quando ouvi o começo do relato de Yeonmi, soube naquele estante que as palavras dela seriam o que me tiraria da minha zona de conforto.

A Companhia das Letras fez um bom trabalho de edição, dando um rosto a história, paginas amareladas e letras confortáveis, mas confesso que pecaram na impressão, o livro foi impresso em um modelo pequeno que até seria fofo se a quantidade de páginas não tornasse desconfortável a leitura, já que a brochura impede que o livro seja aberto de forma confortável.

Tirando esses detalhes a leitura foi incrível e reveladora, me mostrou um lado do mundo que eu não conhecia, me ensinou um pouco sobre valor a vida. Mas tristezas á parte, recebi a doce noticia que Yeonmi virá para a Bienal de São Paulo, e estarei na fila, ansiando por dar nela o abraço que esta guardado desde que assisti seu vídeo e derramei minha primeira lágrima.

E para finalizar essa resenha desse livro incrível, deixo com vocês o vídeo que me emocionou e me fez desejar a leitura.

“Quando você tem tão pouco, a menor coisa pode fazê-lo feliz...”





A Autora

Park Yeon-mi (ou Yeonmi Park), em coreano:박연미 (Hyesan, 4 de outubro 1993) é uma desertora e ativista de direitos humanos norte-coreana que escapou através da China em 2007 e estabeleceu-se na Coreia do Sul em 2009. Ela provém de uma família culta com conexão política que envolveu-se no mercado negro durante o colapso econômico da Coreia do Norte nos anos 90. Depois de seu pai ser enviado a um campo de trabalho forçado por causa do contrabando, sua família passou a enfrentar a fome. Então fugiram para a China onde Yeon-me e sua mãe caíram nas mãos de traficantes de seres humanos antes de conseguir escapar para a Mongólia. Agora, ela é defensora das vítimas de tráfico e trabalha pelo mundo todo em prol de promover os direitos humanos na Coreia do Norte.
Park ganhou destaque mundial depois que ela discursou no One Young World Summit 2014 em Dublin, Irlanda — encontro anual que reúne jovens do mundo inteiro para desenvolver soluções para problemas globais. Seu discurso sobre a experiência de sua fuga da Coreia do Norte atingiu mais de 2 milhões de visualizações no Youtube.

Avaliação (5/5)






B-jussssss! ♥
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4 comentários:

  1. Oi, Nina.
    Acabei de ler sua resenha, ver o vídeo e to aqui agora sem saber direito o que escrever. Nós, brasileiros, humanos do ocidente, desavisados e levianos do mundo virtual, nunca saberemos o que realmente acontece do outro lado do mundo. Mal sabemos o que acontece na casa do vizinho, e muitas vezes fechamos os olhos e a mente para o que sabemos. Eu escrevi uma biografia sobre surdez, mas nem de longe sei o que ela passou e a coragem que ela reuniu p escrever a dela. De coração, espero que o livro alcance o coração de muitos e que a luta dela tenha os mais belos frutos...

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  2. Olá... tudo bem??
    Bom geralmente não leio livros autobiográficos, mas confesso que me acabei de chorar assistindo o vídeo que para mim foi muito mais interessante do que a possível ideia de ler o livro. A sua resenha ficou linda e cheia de sentimentos porque ficou mais do que óbvio o quanto a leitura mexeu com você... parabéns... eu curti, mas não pretendo ler o livro, mas fiquei completamente consternada com o vídeo e a forma como a autora falou do que viveu... com certeza não foi fácil... xero!

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  3. Oi Kelly, sua linda, tudo bem?
    Nossa, estou chorando e toda arrepiada, acabei de ver o vídeo. Eu não conhecia a história dela. Me senti tão fraca, tão pequena por não poder ajudar. Como se faz para parar? Como mudar a realidade deles? Alguma coisa tem que ser feita urgente. Que máximo que ela virá à Bienal. Esse livro tinha que ser publicado em várias línguas, ela poderia comparecer em vários países para divulgar sua história e a de seu povo. Não vejo a hora de ler o livro. Sua resenha ficou ótima.
    beijinhos.
    cila.

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  4. Oieeeee!!!
    Realmente não sei como faz... Depois que li fiquei um bom tempo parada pensando na vida!!! E não sabia como passar pro papel os meus sentimentos sem falar demais. Infelizmente ela não vem mais :/ cancelou por motivos pessoais.

    Beijokas.

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