O Clube dos Oito - Daniel Handler
HANDLER, Daniel. O Clube dos Oito. Tradução: Fabricio Waltrick. São Paulo: Editora Seguinte, 2018. 400 p. Título original: The basic eight. Skoob. Comprar.
Sinopse
Como um grupo de jovens estudantes bem-educados acabou se envolvendo num escândalo que chocou um país? Por que tantos especialistas em comportamento juvenil têm algo a dizer quando o assunto é o Clube dos Oito? Até quando inúmeras manchetes de jornal e programas de TV sensacionalistas vão explorar o caso nos mínimos detalhes?
Para fazer com que a verdade venha à tona, Flannery Culp, a dita líder do Clube, decide tornar público o diário que manteve ao longo do seu desastroso último ano de ensino médio. Agora que está presa por cometer um assassinato, a garota tem tempo de editar o que escreveu e revisitar a rotina que levava ao lado de seus sete melhores amigos. A narrativa de Flan, permeada de professores da pior índole, um amor não correspondido, aulas complicadas e jantares pomposos, comprova que ela pode até ser uma adolescente criminosa — mas, pelo menos, é uma adolescente criminosa muito inteligente.
E eu continuo na saga dos livros de suspense! Quem me conhece sabe que não costumo ler esse estilo, porque sou uma pessoa medrosa e impressionável, mas uma das minhas metas para 2018 é diversificar minhas leituras e me aventurar em novos estilos e por isso estou desbravando os suspenses. E preciso confessar que estou gostando muito do que tenho lido!
O Clube dos Oito é um YA de suspense que chegou ao mercado fazendo muito barulho. Isso porque não são muitos os YAs nesse estilo e quando aparece algum o furor já é quase imediato. Quem gosta muito de suspense às vezes torce um pouco o nariz, mas eu os considero super importante para abrir caminhos para quem está começando a ler esse estilo, tipo eu \o/
O livro é narrado por Flannery Culp e tem o formato de diário. Na verdade, logo no início, Flannery diz que esta é uma versão editada do seu diário, onde ela conta como se tornou uma assassina. Ou seja, logo de início já sabemos que ela matou alguém e que está presa em algum lugar por conta disso, e então acompanhamos o enredo para descobrir quem ela matou e porquê. Flan tem um grupo de amigos que se reúne periodicamente em jantares e que se intitula Clube dos Oito e percebemos que, de alguma forma, eles estão todos envolvidos com o assassinato. É claro que o caso ganhou uma grande repercussão na mídia e agora todos querem entender como tudo aconteceu, e como alega que a história não está sendo bem contada, ela decide publicar seu diário descrevendo como tudo aconteceu, desde seu verão passado com os pais na Europa, sua paixão por Adam State e suas noitadas com os sete amigos (V., Douglas, Lily, Gabriel, Kate, Jennifer Rose Milton e Natasha).
Eu terminei a leitura desse livro já tem alguns dias e precisei desse tempo para refletir sobre a leitura e amadurecer minha opinião. Para começar eu tive muitas dificuldades com a Flannery e não consegui me conectar com ela em momento algum da história e isso foi um grande problema pois a narrativa é em primeira pessoa. E como ela é muito sem carisma, era como ouvir uma pessoa que eu não suporto me contando uma história que eu estava louca para saber o final. Ao mesmo tempo que eu queria continuar ouvindo, eu estava desesperada para mandá-la calar a boca! rsrsrs
Um ponto que me interessou muito a ler este livro foi o fato dele ser um dos primeiros do Daniel Handler, que também é conhecido por seu heterônimo, Lemony Snicket. E como sou muito fã de Desventuras em Série, fiquei curiosa em saber como ele se sairia escrevendo suspense. Devo dizer que a decepção só não foi maior porque considerei a época em que o livro foi escrito e o público a quem ele se destina. O Clube dos Oito foi lançado originalmente em 1999 e provavelmente, naquela época, ele foi muito inovador e trouxe um enredo que deve ter surpreendido os jovens leitores. Mas hoje, muito coisa já foi feita no tema e por isso achei o desfecho muito óbvio. Não tive dificuldades em saber quem morre e nem fui surpreendida pelo plot twist que o enredo traz, porque tem vários livros e filmes (alguns bem famosos) que usam o mesmo recurso.
Outra coisa que me incomodou bastante foi que achei o autor um pouco irresponsável ao abordar temas relevantes. Ele fala de auto estima, assédio sexual e estupro com uma superficialidade que beira o leviano, especialmente pelas reações dos personagens. Mais uma vez é importante reforçar que, para a época em que foi escrito o livro já era inovador só de tocar no assunto, mas atualmente, como esses temas sendo abertamente discutidos, corre-se o risco de estimular práticas e comportamentos equivocados ao invés de preveni-los.
Por fim, o livro é bastante confuso e transparece a imaturidade de Daniel Handler ao escrevê-lo. Talvez agrade os que estão começando a ler o tema, mas para mim não funcionou.
O Autor
Daniel Handler nasceu em San Francisco, onde mora atualmente com a esposa e o filho. Estudou na Universidade Wesleyan e trabalhou como crítico literário e de cinema. Dentre suas obras está Por isso a gente acabou (2012) e duas séries de seu pseudônimo, Lemony Snicket: Desventuras em Série e Só Perguntas Erradas.
Avaliação (2/5)
B-jusssss!
;-p
Oi, Nina!
ResponderExcluirA pessoa - eu, no caso - percebe que é desatenta quando, mesmo após ter visto essa capa em diversos lugares e divulgações, só agora atenta ao fato que é escrito pelo Daniel Handler. Tenho curiosidade na série Só Perguntas Erradas dele, mas pela sinopse desse agora já estava me interessando por essa leitura também porque tenho tentado diversificar minhas leituras assim como você e já tenho um gosto por histórias de investigação, ainda que o fato de essa já dizer de cara quem é o assassino seja bem ousada e deve ter sido bem inovador na época dele mesmo. Uma pena que, passado esse tempo todo até agora, muita coisa nesse tipo de literatura, ainda mais para o público YA, mudou, e chato saber que o autor tratou certos assuntos com superficialidade e mesmo até que o enredo não surpreende tanto como parece que vai. Complicado quando isso acontece, mas não se tem muito o que fazer, né? Faz parte. Mas, enfim, gostei muito da sua resenha!
Beijos!
♥ Sâmmy ♥
♥ Sonhando aos Vinte ♥