História É Tudo Que Me Deixou - Adam Silvera
SILVERA, Adam. História É Tudo Que Me Deixou. Tradução Cristina Lasaitis. São Paulo: Hoo Editora, 2017. 336 p. Título original: History is all you left me. Skoob. Comprar.
Quando o primeiro amor e ex-namorado de Griffin, Theo, morre afogado em um acidente, seu universo implode. Embora Theo tivesse se mudado para a Califórnia para cursar a faculdade e começado a namorar Jackson, Griffin nunca duvidou de que Theo voltaria para ele quando chegasse a hora certa. Porém, o futuro que ele tanto desejava está despedaçado. Para piorar as coisas, a única pessoa que realmente entende sua tristeza é o Jackson. Mas, não importa o quanto eles conversem e se entendam, a espiral depressiva de Griffin continua. Ele está se perdendo em suas compulsões obsessivas e escolhas destrutivas, e os segredos que ele tem guardado o estão consumindo. Se Griffin pretende reconstruir sua vida, ele precisará visitar e confrontar o que viveu com Theo, história por história.
Uma das grandes dificuldades do ser humano é enfrentar o luto, principalmente quando perdemos alguém que amamos muito. É natural que fiquemos tristes, mas é preciso entender que a morte faz parte da vida e que, cedo ou tarde, todos se vão um dia. Não digo que devemos banalizar a situação, mas precisamos encontrar meios para enfrentar a dor da melhor maneira possível. E é essa reflexão que História É Tudo Que Me Deixou me trouxe.
Griffin só tem 16 anos e está enfrentando a dor imensa de enterrar seu amor. Theo, seu primeiro namorado morreu afogado e o luto intensificou seu Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), fazendo com que o garoto entrasse numa espiral sem fim de sofrimento. Mesmo que eles tivessem terminado e Theo estivesse reconstruindo sua vida ao lado Jackson, Griffin ainda acreditava em um futuro feliz para eles, tinha certeza de que, na hora certa, eles estariam juntos novamente.
Durante o enterro, Griffin percebe que a única pessoa capaz de entender sua dor e o tamanho de sua perda é Jackson e os dois começam a se apoiar, desenvolvendo uma grande amizade.
Abraço-o forte. Abraço-o por ele mesmo, porque ele sabe em primeira mão como o amor e um coração arrasado podem deixar uma pessoa louca e desconfiada. Eu o abraço por você, para que se orgulhe de mim por fazer a coisa certa em vez de dar as costas a ele como na outra noite. Eu o abraço por mim mesmo, porque a sinceridade brutal dele, de algum modo, me poupa de me sentir inútil e derrotado. Abraço-o por todos nós, porque não estamos mais lutando um com o outro.
O livro tem um tom de tristeza e melancolia muito forte, mostrando adolescentes tentando superar a perda à sua maneira: errando, acertando, sendo teimosos e até meio egoístas. Os personagens são muito reais e humanos, não tem heróis ou vilões e isso faz a dor deles ser muito real, quase palpável.
A narrativa é feita em primeira pessoa pelo Griffin e se intercala entre passado e presente. No passado, ele conta a história da sua relação com Theo e no presente, sua tentativa de superar o luto. O interessante disso é que vamos aos poucos montando o quebra-cabeças para entender melhor certas incógnitas que aparecem logo no início do livro. Ao mesmo tempo, essa foi uma excelente estratégia para deixar o livro mais leve, pois no passado tem várias passagens divertidas e interessantes do casal, especialmente relacionadas à cultura geek.
Um outro ponto bem positivo que encontrei no livro foi a maneira natural com que ao autor trata a homossexualidade. Griffin não precisou enfrentar nenhuma bravata, seus pais e amigos ficaram do seu lado e as questões sobre sua orientação sexual acontecem com uma normalidade que deveria ser o padrão. As pessoas não deveriam sofrer por serem quem são e essa deveria ser a regra, e não o mar de sofrimento que vemos retratados nos livros LGBT e que, infelizmente, refletem a vida real.
Mas, como nem tudo são flores, alguns aspectos do livro não me agradaram. Como o Griffin é o narrador da história, ele apresenta Theo como um ser perfeito e admirável e o relacionamento deles como se fosse o melhor do mundo, e eu não parava de pensar que não pode existir um indivíduo tão perfeito assim e que, se o relacionamento deles fosse tão bom assim, não teria terminado. A obsessão de Griffin pelo luto e a maneira obstinada como ele negava todos os outros aspectos da sua vida acabou deixando o livro um pouco maçante e repetitivo. Mas conforme o enredo se desenvolve, as opiniões dos outros personagens começam a aparecer e a mostrar quem é quem e o que realmente aconteceu. O livro então passa a fazer muito mais sentido e ritmo.
Mesmo tendo uma grande carga dramática, o livro consegue ser leve e nos prende até o final. Recomendo muito a leitura, especialmente se você é fã de YA e do universo Geek.
O Autor
Adam Silvera nasceu e cresceu no Bronx. Ele era livreiro antes de entrar no ramo editorial infantojuvenil, e já trabalhou em uma empresa de desenvolvimento literário, um website de escrita criativa para adolescentes e como crítico de romances infantojuvenis e de jovens adultos. Ele é alto, por nenhum motivo aparente, e mora na cidade de Nova York.
Avaliação (4/5)
B-jusssss! ♥
;-p
Olá, meu bem!
ResponderExcluirEu gostei bastante da história, porque não trabalha o romance - que não é do meu gosto -, mas a ideia do luto. Isso me chama muito atenção e esse livro parece ser tão profundo, ao menos, o que parece pelas citações.
Gostei muito de conhecê-lo através do seu texto. Obrigada. ♥
O livro aborda muitos temas fortes e interessantes.
ResponderExcluirParece um livro forte e triste em alguns momentos. Muitos obstáculos para Griffin vencer.
Sempre nos dá muita curiosidade pra saber o desenrolar da história e o final .
www.chuvanojardim.com.br
Gosto da premissa desse livro, queria conferir de perto esse luto de Griffin, acho que a carga dramática é bem grande e inovadora a forma como foi abordado o assunto LGBT. Uma pena o enredo se tornar massante em alguns pontos, mas que bom que aos pontos as coisas vão se ajeitando, é um livro que quero ler.
ResponderExcluirAbraços.
https://cabinedeleitura0.blogspot.com.br/
Ei BFF,
ResponderExcluirAmei a foto, cada vez mais lindas. Esse é o livro que você estava conversando comigo? A história me parece fofa, mas deprimente à primeira vista. Apesar de gostar muito de enredos LGBT, ainda nçao li nada que envolva outros traumas além do preconceito no enredo e confesso que fiquei curiosa, vou anotar a dica.
Beijokas
Oi Nina.
ResponderExcluirAdoro livros que intercala entre passado e presente e sua resenha foi a primeira que leio sobre o livro e gostei das informações que deixou. Vou anotar na minha lista de desejados.
Bjos
Olá Nina!
ResponderExcluirA morte é um momento muito triste na vida de um ser humano. Não conhecia o livro e achei o tema abordado bem interessante. Não sou muito de ler livro LGBT, mas se tiver oportunidade lerei o livro.
Adorei a resenha.
Beijinhos!
OOOiiii, não conhecia o livro, mas fiquei extremamente curiosa, gosto de histórias próximas a realidade, que nos traz reflexões e lições... Obrigada pela dica!
ResponderExcluirOi, Nina.
ResponderExcluirDramas são os meus tipos favoritos de livro, acho que amadurecem a gente e nos leva a enfrentar problemas da nossa própria vida de uma forma mais madura. Não conhecia essa história, mas sua resenha me deixou curiosa.
Devo confessar, ainda, que gostei muito de saber que a homossexualidade é abordada de forma natural, como deveria ser na maioria dos livros.
Adorei a resenha!
Beijocas,
Barb.
www.segredosentreamigas.com.br
Oi, Nina!
ResponderExcluirNão conhecia o livro, mas achei a trama bem interessante. Os livros com uma carga dramática muito intensa costumam não me fazer muito bem, mas esse acabou chamando minha atenção mesmo abordando o luto na narrativa. Vou incluir na lista de leituras e ver se gosto da leitura.
Beijos,
Rafa - Fascinada por Histórias
Oii, tudo bem?
ResponderExcluirAmei essa capa e adorei saber do que se trata o livro, pois não conhecia. Já anotei na lista de livros que preciso de forças para ler HAHAHA
Amei a dica!
Oi, Tudo bom?
ResponderExcluirNossa que mimo de capa. Não conhecia o livro, mas me pareceu ser uma narrativa bem interessante, adoro dramas tem um ar muito gostoso de se ler, dá vontade de devorar kkk
Beijos, Joyce
Oiiii, tudo bem??
ResponderExcluirEu ainda não conheci o autor nem a obra...
Eu achei a história muito interessante mas infelizmente, estou com uma ressaca literária de livros com carga emocional forte, no momento, vou deixar passar essa dica.