Tempestade de Guerra - Victoria Aveyard
AVEYARD, Victoria. Tempestade de Guerra. Tradução Cristian Clemente, Guilherme Miranda, Zé Oliboni e Lígia Azevedo. São Paulo: Editora Seguinte, 2018. 704 p. (A Rainha Vermelha, v.04). Título original: War Storm. Skoob. Comprar.
Sinopse
Mare Barrow aprendeu rápido que, para vencer, é preciso pagar um preço muito alto. Depois da traição de Cal, ela se esforça para proteger seu coração e continuar a lutar junto aos rebeldes pela liberdade de todos os vermelhos e sangue novos de Norta. A jovem fará de tudo para derrubar o governo de uma vez por todas — começando pela coroa de Maven.
Mas nenhuma guerra pode ser vencida sem ajuda, e logo Mare se vê obrigada a se unir ao garoto que partiu seu coração para derrotar aquele que quase a destruiu. Cal tem aliados prateados poderosos que, somados à Guarda Escarlate, se tornam uma força imbatível. Por outro lado, Maven é guiado por uma obsessão profunda e fará qualquer coisa para ter Mare de volta, nem que tenha que passar por cima de tudo — e todos — no caminho.
Como fã confessa de distopias e fantasias, é fácil perceber que amo a série A Rainha Vermelha. O primeiro livro me arrebatou e me deixou apaixonada pelo enredo, pelos personagens e pelo mundo fantástico que Victoria Aveyard criou. Um mundo que vive sob uma tirania que separa as pessoas pela cor de seu sangue: os prateados, que por possuírem dons excepcionais, escravizam e subjugam os vermelhos. Até que Mare Barrow, um jovem vermelha, descobre que também tem poderes como os prateados e que faz parte de uma nova categoria de pessoas, os sangue novos.
Durante sua trajetória, Mare fez amigos e inúmeros inimigos, se apaixonou e despertou paixões, e ao lado da Guarda Escarlate, lutou pela liberdade dos vermelhos e dos sangue novos. E nesse caminho de muita luta, muito choro, muita emoção, Mare se tornou uma das minhas protagonistas feministas preferidas. Ela é forte, decidida, sabe o que quer e não espera ser salva pelo príncipe, aliás, ela é tão fodona que o príncipe fica meio de escanteio.
Um pouco Mareena, a prateada que fingiu ser. Um pouco garota elétrica, cheia de faíscas e de uma fúria impiedosa. E, em meio a isso tudo, ela mesma, alguém que ainda está se descobrindo.
É sempre difícil resenhar o final de uma história com vários livros, especialmente uma tão grande e abrangente e que me decepcionou um pouco em seu último volume. Prisão do Rei foi tão arrastado, tão enrolado que eu estava com receio de ler esse último e descobrir que uma série que amei tanto terminaria de maneira mediana. Principalmente porque neste final, os personagens precisam lidar com as muitas conspirações deixadas no livro anterior.
A frágil aliança formada após a batalha corre risco, especialmente depois da fatídica escolha de Cal, e agora eles dependem da ajuda da República de Monfort, um país onde vermelhos e prateados vivem em paz e prosperidade. Mas vivenciar o modelo republicano pode dividir ainda mais o grupo. Enquanto isso, Maven e Iris, sua jovem esposa de Lakeland, conquistam um novo aliado e planejam a revanche.
– Para de choramingar, Calore – solto por entre os dentes cerrados. O conselho vale para nós dois. – Você forjou sua própria coroa. Agora use-a. Ou desista.
É louvável perceber a preocupação de Victoria Aveyard em conectar sua história à realidade. Ela traz temas relevantes no enredo, como homossexualidade, religião, estratégias de guerra e a reflexão sobre o que é necessário sacrificar pelo bem maior. O sonho de igualdade entre as pessoas, a sororidade e o empoderamento feminino foram uma constante em todos os livros e isso faz com que a Rainha Vermelha se torne uma obra essencial para os nossos jovens, já que esses temas aparecem de forma acessível e na linguagem deles. Quanto mais espaços e oportunidade tivermos para formarmos pessoas conscientes, respeitosas e solidárias, melhor!
No entanto, como uma história em si Tempestade de Guerra é apenas ok. Temos os já conhecidos elementos fantásticos, acrescidos de mais personagens e novos lugares incríveis, (tanto Lakeland como Montfort parecem reinos fascinantes). As descrições são lindamente escritas, a intriga política é fascinante e finalmente conseguimos saber um pouco mais sobre alguns dos vários personagens secundários interessantes da série (eu ainda queria mais da Iris, honestamente).
O mundo que queremos construir deve durar mais do que nós. Para aqueles que virão depois.
Mas o problema com Tempestade de Guerra é que ele repete o mesmo erro do livro anterior, a falta de ritmo. As coisas ou levam uma eternidade para acontecer ou acontecem com a velocidade de um trem-bala, tanto que mesmo após mais de 600 páginas, o final ainda é corrido, principalmente com relação a Maven. Aveyard nos fez amar esse vilão, poderia ter caprichado um pouco mais no final dele. Já Cal foi morno e pouco convincente desde o início, então eu não esperava muito dele, mas ele poderia ter demorado um pouco mais do que cinco minutos antes de abrir mão de algo pelo qual lutou tão estoicamente.
Mas apesar de tudo isso, eu sinto que a história terminou do jeito que deveria, pois ficou muito parecido com o que é a vida real. Nem sempre temos o que queremos, e quando temos, pagamos um preço. Não é fácil enfrentar uma sociedade intolerante e, mesmo que se derrube um governo, as pessoas continuam pensando do mesmo jeito. Mudar uma concepção é muito mais complexo do que mudar um governante. Achei que Victoria Aveyard foi muito corajosa em deixar esse final meio aberto e muito confuso, mas estou torcendo para que ela nos dê pelo menos um conto com o futuro de Mare. Depois de quatro anos acompanhando suas aventuras , acho que merecemos.
Série A Rainha Vermelha
1.5. Coroa Cruel
4. Tempestade de Guerra
A Autora
Victoria Aveyard cresceu em Massachusetts e frequentou a Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles. Formou-se como roteirista e tenta combinar seu amor por história, explosões e heroínas fortes na sua escrita. Seus hobbies incluem a tarefa impossível de prever o que vai acontecer em As Crônicas de Gelo e Fogo, viajar e assistir a Netflix.
Avaliação (3/5)
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